quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O Vendedor de Sonhos

Aproveitando o fim da onda eleitoral e o resquício das promessas de campanhas, onde como de costume viu-se mais do mesmo e com isso a profusão de auto-declarados, pais disso ou mães de aquilo outro, ou seja, promessas, promessas e promessas, sem um fim muito claro no geral (salvo honrosas exceções). Me lembrei de um personagem fruto da minha imaginação que dá o título a esta postagem O Vendedor de Sonhos. (favor não confundir com o livro do Augusto Cury)


Criei este personagem, após a série de problemas que resultaram na greve de alguns atletas da seleção no período pré-Panamericano em 2007. Podem ficar tranquilos, não vou mexer nos velhos esqueletos armário neste momento, só estou situando o tempo e o lugar do personagem título. 

O vendedor de sonhos consiste naquelas pessoas que vendem grandes ideias e oportunidades de maneira muito peculiar, tal como políticos em época de campanha. Aproveitando-se dos ideais e sonhos, de um público alvo. No caso específico do hóquei, o que mexeria mais com a mente das pessoas envolvidas do que uma oportunidade de defender o país, conhecer novos lugares, participar de grandes eventos? 

Bom é ai que começa toda história, muitas pessoas do nosso esporte já tiveram a oportunidade de ver uma conversa ao pé de ouvido de uma jovem "promessa", ou mesmo foram abordadas em conversas do tipo você é bom, tem a seleção, bolsa, viagens e etc.

Então você pergunta que mal a nisso? Digo, nenhum é perfeitamente normal, está se oferecendo uma chance e o indivíduo aceita, afinal não deve-se perder a oportunidade batendo a sua porta. Sei bem o que é isso também aceitei, e digo é muito bom. No entanto, agora você que está lendo deve estar imaginando este cara é completamente maluco, mas só peço uma coisa, por favor pense!


Muitas dos novos talentos, não tem ideia de qual nível o Brasil se encontra em relação ao hóquei internacional, logo se dizem algo do tipo, você é bom, tem talento o Brasil é sede das Olimpíadas temos chances de disputa-la, e mais coisas neste sentido, o sonho parece ser verdadeiro.


Bom está ai mais uma vez a promessa, uma chance na seleção e a oportunidade de disputar um evento de grande porte. No entanto se pensarmos, que se "esquecem" de avisar que para participar de tal evento precisa-se de um nível X e estamos em Y, mostrando assim a real condição do nosso esporte e qual o planejamento para atingirmos tal feito. Tendo como consequência a venda do sonho, mas sem um fim muito claro (lembre-se que já falei sobre isso no início do post), logo não se passa de promessa, tal qual nossos queridos políticos.


No nosso caso temos um "indivíduo" principal que se encontra nas mãos do vendedor de sonhos, e esse "indivíduo" é o próprio hóquei, nosso querido esporte. Pois faz anos que as promessas são feitas e nada muda, analizando rapidamente os resultados, vimos que não obtivemos uma evolução significativa nos últimos anos e não temos exposto um projeto claro para a mudança desta situação. Logo, sem um planejamento claro, perde-se tempo e dinheiro.


Passa-se temporadas e temporadas, promessas e mais promessas, e continua mais do mesmo, mesmo resultados, erros, continuismos, só mudaram-se os "compradores", já os "vendedores"? Esses sim, continuam os mesmos!


Afinal só aumenta o número de insatisfeitos e as reclamações são quase sempre semelhantes, logo penso, quando uma só pessoa reclama pode ser 
pura implicância, 2 ou pouco mais do que isso pode ser um grupo querendo fazer "perseguição", agora quando mais de 50% reclamam, me desculpe, mas algo tem de errado ou estamos tendo um surto de paranóia coletiva. (retirei este trecho de um comentário meu no post "Valeu, mas o campeonato é brasileiro")


Enfim, peço por favor que reflitam. Não só sobre os sonhos vendidos, mas também no fato de cadê nossas seleções de base? Cadê o planejamento a alcance de todos os interessados? O discurso (teoria) condiz com a prática? Lembrando que se isto não ocorre 
a dialética não existe,logo o discurso se torna vazio, ou seja, pura bravata.  Por favor, longe de querer que concordem comigo, mas ao menos reflitam e se possível questionem. Sempre buscando o melhor para o hóquei e cabeças pensantes.

 

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